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29 de outubro de 2005
Covardia é isso aí!
Covardia é isso aí!
Não é que nem demorou uma noite para algum representante do governo confirmar a minha previsão do dia 23 de outubro. Na verdade, ele confirmou antes mesmo de eu postar o artigo.

Na própria noite da vitória do "não", ninguém menos que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), em entrevista à Rádio JovenPan de São Paulo, questionou a inteligência do povo afirmando que escolheram a opção errada. E já começa a transferir a culpa da violência para o povo ao dizer que espera "que daqui a décadas as pessoas toda vez assistirem a uma tragédia (...) não se arrependam (...) de a gente ter perdido o momento definitivo para banir as armas de fogo". Não sou eu que estou dizendo, li e ouvi no ótimo site RadioClipping que disponibiliza a entrevista em MP3. Coube até ao repórter Nilo Rodolfo advertir Calheiros de que ele precisa respeitar a decisão do povo.

Preciso dizer mais alguma coisa a esse respeito? P
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Lógica
Lógica
Toda essa guerra de palavras me lembra de uma coisa. Tudo pode ser provado com lógica e palavras. Não acredite em ninguém, nem em mim, nem em você mesmo. Sempre questione. Lembre-se dessa frase que li há muito tempo:

Lógica nada mais é do que um método sistemático de se chegar à conclusão errada com convicção. P
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23 de outubro de 2005
O não ganhou, e agora? Nada?
O não ganhou, e agora? Nada?
O não ganhou. Parece que a maioria da população brasileira não quer ver seus direitos tosados pela simples emoção de alguns (ou por motivos piores que prefiro nem colocar em questão). Agora, o povo tem que tomar cuidado com o que vem a seguir. Leia a carta de Fernanda Montenegro - que, todos sabem, votou sim - publicada hoje na coluna de Ancelmo Gois no Globo.

"Li na sua coluna que estão repudiando os nossos depoimentos (os dos artistas).
Para os artistas ou não artistas, pelo Sim ou pelo Não, o voto é obrigatório. A opção tem que ser feita: a favor ou contra as armas. Este voto, repito, obrigatório, nesta altura dos acontecimentos, é, ele sim, a maior violência que se podia arquitetar para nos atazanar mais ainda neste momento inesquecível da nossa vida pública. Jogam sobre nós, brasileiros, mais esta rasteira politicamente memorável. A velha violência das metralhadoras, granadas, revólveres, bazucas, mísseis etc... etc... esta nenhum governo quer realmente encarar. Nem governo federal, nem estadual, nem municipal. A guerra civil está aí, o governo paralelo está aí, o imenso problema social está aí. E nos põem este dilema, a nós, artistas e não artistas. Bala com bala. Nem em cena eu me lembro de ter pegado numa arma, nem mesmo de brinquedo. Nem sei direito onde está o gatilho. Como artista, e com muita honra, voto Sim. Voto 2. O resto é um salve-se quem puder."

Eu não tinha pensado nisso ainda, um outro motivo para a existência desse referendo. Só falta agora que o não ganhou, esse ou os próximos governos covardemente dizer que a culpa da violência é do próprio povo que escolheu continuar vendendo armas. Devemos agora mais ainda cobrar dos governos (municipais, estaduais e federal) medidas reais (mais uma vez: educação, cidadania e oportunidades) para revertermos essa situação absurda em que vivemos.

Aliás, no mesmo O Globo, saiu uma reportagem dizendo que já estão planejando criar mais referendos. Esses deputados só podem estar brincando. Como se não bastasse não trabalharem o tanto que deveriam (principalmente considerando o salário que ganham) estão querendo empurrar o trabalho deles para nós. E nós é que pagamos a conta no final (lembre-se que um referendo desses não é barato). P
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16 de outubro de 2005
Dinheiro vale mais que a própria vida...
Dinheiro vale mais que a própria vida...
Hoje passei em Niterói e fiquei bestificado com a quantidade de radares de velocidade, os famigerados "pardais", instalados em suas ruas e avenidas. Acho que é a cidade do Brasil que mais tem pardais, a ponto de alguns motoristas brincarem colando adesivos em seus carros com os dizeres: "Visite Niterói e ganhe uma multa." Realmente esse deve ser o souvenir niteroiense mais fácil de se conseguir.

Essa situação absurda me fez pensar em duas coisas. A primeira é que a chamada "máfia das multas" deve ser muito mais atuante naquela cidade. É verdade que, com o nível de motoristas que temos no Brasil, acaba sendo inevitável esse tipo de medida. Porém, os limites de velocidade em Niterói são fora da realidade. 60 km/h, às vezes 40 km/h, em vias em que se poderia andar a 80 km/h com a maior segurança. Parece realmente um esquema montado para "flagrar" os motoristas menos zen-budistas e os mais desavisados, apenas para gerar receita para o município.

A outra conclusão requer uma análise mais filosófica e profunda. Siga o raciocínio.
  1. Parece óbvio que dirigir em altas velocidades coloca a vida do motorista em sério risco.
  2. As estatísticas comprovam (se é que estatísticas comprovam alguma coisa) que com a instalação de radares e com a conseqüente aplicação de multas, a quantidade de acidentes fatais foi reduzida drasticamente.
  3. Ou seja, os motoristas só tomaram uma atitude quanto ao risco a que expunham suas vidas, depois que começaram a correr o risco de perder dinheiro.
  4. Conclusão: Os motoristas dão mais valor ao dinheiro que podem perder com multas do que dão à própria vida (e à de seus semelhantes). P
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Ainda Frank O. Gehry
Ainda Frank O. Gehry
Só para constar, vou citar uma obra de Frank Gehry de que gostei. Não acho todas horríveis como podem ter entendido pelo post Frank O. Gehry e Os Simpsons. O Ray and Maria Stata Center, em Massachusetts (EUA) foi inaugurado em maio de 2004 e abriga, entre outras coisas, salas de aula e laboratórios de ciências da computação, inteligência artificial e tecnologia da informação do MIT. Apesar das críticas de sempre para Gehry sobre a integração com entorno (normalmente não há nenhuma em seus edifícios), o Stata Center me agradou quando vi suas fotos na AU de fevereiro passado. O que me agradou foi a utilização de cores, que junto com as formas (sempre inusitadas de Gehry) dos edifícios parecem saltar do chão como em gravuras e desenhos animados dos anos 60. Dê uma olhada na foto que achei em uma página pessoal de fotos e principalmente nos esquemas abaixo que achei no próprio site do MIT e me diga se não estou certo. Quer dar olhada no interior de cada um dos pavimentos? Vá à página de tour do CSAIL Lab, clique no pavimento e use o mouse ou as setas do teclado para movimentar a "câmera". São fotos de 360° dos ambientes internos do Ray and Maria Stata Center. Muito legal. P

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15 de outubro de 2005
Porte de armas
Porte de armas
Gostaria de esclarecer uma coisa que quando escrevi "Sim ou não?... mas por quê?" não me parecia muito claro. A simples leitura da Lei 10.826 de 22 de dezembro de 2003 (o estatuto do desarmamento) me fez concluir o que escrevi naquele post, o que, aliás ainda penso. Porém, como algumas pessoas já havia me alertado (com dúvidas), descobri que existe realmente uma forma de comprar uma arma e levá-la para casa sem ter direito a porte de arma. Para tanto, basta ir à Polícia Federal e pedir uma Autorização-Porte de Trânsito de Arma de Fogo. Aparentemente não há nenhum pré-requisito para uma pessoa transportar uma arma (mas provavelmente há alguma legislação que detalha isso).

Esse processo parece ilógico, é como se alguém que não sabe dirigir preenchesse um formulário qualquer do DETRAN e então pudesse comprar um carro e ir dirigindo para casa. Essa regulamentação poderia muito bem figurar a lista de leis absurdas que citei no post do último dia 20 de agosto. Na verdade, a confusão toda surge por pura preguiça. Ao invés de o legislador escrever exatamente para quem será proibida a venda de armas, ele faz referência a um artigo que trata de outra coisa. Além disso, no estatuto do desarmamento não há qualquer referência a essa tal autorização-porte. Mesmo com tudo isso (até porque nada disso influencia em meus motivos), mantenho minha posição no referendo, pelos motivos expostos em "Não e acabou!" (partes 1 e 2) e porque não acho que o artigo 35o se refira a isso. Sou contra proibições parciais. Ou todos podem ou ninguém pode. Por isso, ainda voto 1, não. P
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12 de outubro de 2005
Frank O. Gehry e Os Simpsons
Frank O. Gehry e Os Simpsons

No último domingo, passou na Fox o episódio "O dedo duro" de Os Simpsons. Hilário como sempre, esse episódio da melhor série de TV americana dos últimos 17 anos tinha como participação especial o arquiteto americano Frank O. Gehry. Todos os episódios de Os Simpsons têm na verdade duas histórias. A introdução de cada episódio é uma historinha à parte quase independente que vai dar a deixa para o início do enredo principal. Na introdução de "O dedo duro", Marge Simpson manda uma carta para Frank Gehry lhe pedindo para projetar uma grande sala de espetáculos para Springfield. A cena é hilária: Gehry abre a porta de sua linda casa (a da foto aí em cima), pega, lê, desdenha e amassa a carta para em seguida jogá-la no chão. Depois ele olha para a carta amassada e tem uma visão: a Grande Casa de espetáculos de Springfield. A grande obra de arte do arquiteto é inspirada em uma bola de papel amassado. Não sei se é realmente assim o seu processo criativo, mas que parece que é, parece.

Para quem não sabe, Frank O. Gehry é o arquiteto que projetou e construiu o Guggenheim de Bilbao (o da figura abaixo). Ele é o maior ícone do desconstrutivismo, sua obra é composta por edifícios "disformes" que não se parecem com nada visto antes. Por um lado, é interessante, por outro, entretanto, traz uma sensação negativa. O ser humano precisa de referências para entender as coisas e, por conseguinte, para gostar das coisas. Quanto mais se dificulta a relação de algo com alguma referência conhecida, mais difícil será entender esse algo.

Eu sinceramente não gosto (de uma maneira geral) da obra de Gehry. Eu jamais moraria em uma casa como a dele e acho pavoroso o museu de Bilbao (não gosto de nada muito metálico ou brilhoso). Isso é uma questão de gosto, eu acho quase todos (tem uns que se salvam) os projetos dele muito feios. Eu gosto do novo, mas na maioria das vezes ele exagera. O que eu não posso negar é a sua genialidade. Deve ser muito difícil, por exemplo, colocar um programa complexo como o do Guggenheim naquela forma absolutamente abstrata. Não foi à-toa que, em 1989, ele ganhou o Pritzker.

Só para registro: a Grande Sala de Espetáculos de Springfield acabou se transformando na Prisão Estadual do Sr. Burns. P

P.S. A foto do alto deste post é da Biblioteca da Universidade de Yale.
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11 de outubro de 2005
Quanto pesa 1 kg de algodão?
Quanto pesa 1 kg de algodão?
Essa pergunta costumava confundir somente crianças, mas hoje ela pode confundir qualquer um. O mistério não está na densidade do algodão (que é o que confunde as crianças), mas sim no kg - a unidade de massa. Quanto pesa o quilo? Atualmente o quilo não pesa 1 kg. Acontece que diferente do metro por exemplo, que é definido por uma relação com alguma constante da Natureza (o metro corresponde à distância percorrida pela luz em um segundo dividida por 299.792.458), o que define o quilo é um cilindro metálico que está guardado lá na França. Desde que foi construído em 1889 o cilindro se desgastou, apesar de todo o cuidado que o cerca, e hoje 1 kg é menos do que era há 116 anos. Pode parecer estranho, mas é verdade. Atualmente, há pessoas tentando achar uma definição mais confiável para o quilo. Leia a história toda nesse artigo no site do INMETRO. P
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Não e acabou! - Parte 2
Não e acabou! - Parte 2
É triste ver que gastam nosso tempo e nosso dinheiro com essas campanhas inúteis. A campanha do sim fala muito em direito à vida. Ninguém pode negar que esse é um direito que qualquer pessoa tem a partir do momento em que nasce. Mas para garantir o "direito à vida", eles querem privar as pessoas de exercerem seu direito de defenderem as próprias vidas contra indivíduos que exercem (e que continuarão exercendo) o direito de ameaçá-las. A campanha do sim mostra muitas estatísticas sobre mortes com armas de fogo. É claro, no Brasil morrem por ano muito mais pessoas assassinadas do que tem morrido no Iraque em guerra, por exemplo. Eles fazem parecer que essas mortes são devido a acidentes domésticos ou crimes passionais, mas nas estatísticas que mostram estão também computadas todas as mortes da guerra do tráfico (que vai continuar acontecendo mesmo se o sim ganhar o referendo e com mais uma motivação: além da disputa por pontos de venda de drogas, vão disputar também pontos de venda de armas).

Eles gostam de usar números a seu favor. Eles mostram os números "inegáveis" e depois dão a sua própria interpretação. O Globo, que junto com o resto das Organizações Globo está claramente a favor do sim, publicou uma pesquisa comprovando que mais de 80% (não lembro ao certo, chutei) das armas apreendidas pela polícia foram adquiridas originalmente de forma legal, reforçando a idéia de que grande parte da violência advém dos cidadãos de bem que compram armas sem saber usá-las. Eles só esquecem de dizer que a esmagadora maioria das armas que a polícia apreende saíram das mãos de pivetes, batedores de carteira, e outros criminosos menores. A maior parte das armas - exatamente a parte que nunca foi comprada legalmente - continua sendo utilizada, pois ainda estão nas mãos dos grandes traficantes, e, por isso, não puderam ser computadas nas estatísticas.

Outra ferramenta do sim, é mostrar a história triste de pessoas que perderam parentes e amigos vítimas de armas de fogo. Eu já perdi um grande amigo meu assim e não me deixo misturar as coisas. Sei que é triste, mas sei também que proibir as armas não é a solução (e muito menos vai trazer meu amigo de volta).

A campanha do 1 (não) também é muito fraca. Vem cheia de discurso contra o governo, fala muito em liberdade e se desvia um pouco do foco. Para mim, parece campanha do PSTU, parece um pouco radical e causa uma certa aversão ao cidadão brasileiro comum. Tem até gente que, negligenciando totalmente a lógica, associa o discurso da campanha do não a discursos pré-ditaduras... Cuidado, a "frente do não" quer apenas manter as coisas como já estão. Quem quer mudanças (o que geralmente busca uma ditadura) é a "frente do sim", que tem muito mais representantes do atual governo (que é de esquerda, e muito mais chegado a revoluções). Se alguma coisa aí pode cheirar a golpe, é a campanha do sim, que pretende tirar as defesas da população. Todos seriam desarmados, exceto quem detém o poder, e é muito mais fácil uma ditadura se estabelecer se não houver ninguém armado para confrontá-la. Não acho que é o caso (embora não possa descartar a hipótese), e não acho que daria certo. Certamente a bandidagem não concordaria, e seria ela a resistência, justamente a parte mais bem armada da sociedade e que está à margem da decisão do referendo.

Agora eu só tenho a fazer um apelo: Pelo amor de Deus (se que você tem um), ignore essas campanhas. Siga a sua consciência.

Ah! Só para registrar: a campanha do TSE é absolutamente dispensável... Muito pouco informativa (até mesmo por falta do que informar), é um desperdício de dinheiro público. P
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Mensagem de erro da semana
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Não e acabou! - Parte 1
Não e acabou! - Parte 1
Vote 1 - NÃO!

No último post eu havia dito que votaria 1 (não) nesse referendo e que depois eu explicaria porquê. Vou explicar agora para acabar logo com esse assunto, porque ele é muito chato. Vou explicar primeiro meus motivos para votar 1 (não) e depois comentarei as campanhas das frente parlamentares.

Eu sou a favor do desarmamento, acho que o mundo ideal seria um mundo desarmado. Porém, infelizmente, não moramos em um mundo ideal. Infelizmente, nosso país está bem longe do ideal. Vende-se muito o peixe do desarmamento, mas o que aconteceria com a aprovação do art. 35o do Estatuto do Desarmamento não é o desarmamento da população. Pelo menos, não efetivo. Tudo o que vai acontecer, é que vamos perder mais um direito (como se já não tivéssemos tão poucos), enquanto quem já possui armas, legais ou não, vai continuar possuindo e se atualizando a cada novidade do mercado bélico. Eu não posso dar essa vantagem competitiva para os bandidos e para os poderes estabelecidos. Não tenho arma, nem pretendo comprar uma, mas quero continuar tendo esse direito. Não quero dar a certeza a nenhum ladrão de lares ou a quem quer que seja de que não tenho como me defender. Como já disse, sou a favor do desarmamento, mas primeiro vamos tentar desarmar os bandidos, para depois desarmar todo o resto da população.

Se hoje muitos leigos buscam armas para se defender é porque eles têm do que se defender. É porque algo os ameaça. Não se deve tirar as armas deles, mas sim acabar com a ameaça. A violência está aí invadindo nossos lares e isso é a ameaça que temos que combater primeiro. Um médico não trata os sintomas de uma doença, mas sim procura conhecer sua causa para combatê-la. Se ele tratasse apenas dos sintomas, a doença permaneceria consumindo aos poucos o corpo do paciente. Infelizmente, no Brasil, tratam-se sempre os sintomas, nunca as causas das doenças. Foi assim com a história das cotas no vestibular, foi assim durante muito tempo na política econômica do país e querem que seja assim agora com o desarmamento. É muito mais fácil e mais barato desarmar a população do que reestruturar a educação no país e reestruturar a organização urbana das grandes cidades. Infelizmente os resultados também são muito diferentes.

Se você acha perigoso ter uma arma em casa, se você não se sente seguro com uma arma, se você não sabe usar uma arma, abra você mão dela. Você tem esse direito. O que não pode estar certo é você querer obrigar os outros a fazer o mesmo. P
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4 de outubro de 2005
Sim ou não?... mas por quê?
Sim ou não?... mas por quê?
Essa história de referendo sobre o Estatuto do Desarmamento suscita muito mais questões do que uma simples escolha entre sim e não. Antes de entrar no mérito de se o cidadão de bem (ou do mal) deve se desarmar (se é que ele já não está desarmado), vale se perguntar primeiro três coisas: Por que estão me perguntando isso? Por que estão me perguntando isso agora? E, principalmente, o que exatamente estão me perguntando?

Com tanta, coisa mais importante para me perguntarem, esse pessoal vem me colocar uma questão sem fundamento e que certamente (seja qual for o resultado) não vai chegar nem perto de resolver problema a que se propõe resolver (se é que a idéia é resolver algum problema). Nunca ninguém me perguntou, por exemplo, se eu quero que os salários e pensões astronômicos dos deputados e senadores sejam reduzidos para ver se sobra algum para se dar uma solução definitiva para a pobreza e a ignorância generalizadas da população brasileira. Gasta-se o tempo do cidadão, obrigando-o a exercer seu direito de escolher (é, como se vê, nós temos o dever de exercer um direito); e gasta-se o dinheiro do cidadão, fazendo-se toda uma mobilização para a realização do tal referendo. É aí que entra a segunda questão. Por que perguntar isso agora? Por que não esperar mais um ano e aproveitar a mobilização das eleições e assim economizar milhões de reais? Já esperou até agora, mesmo... Aliás, não é nas eleições que escolhemos nossos representantes para tomar decisões como essas? Pelos menos, é isso que diz a Constituição e é nisso que a "democracia" faz acreditar - está bem, a Constituição diz também que quando se trata de mexer nos direitos dos cidadãos, uma consulta popular deve ser realizada.

A terceira questão: sim ou não o que? A pergunta que aparecerá na urna eletrônica é: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?" A pergunta é essa e é só isso que ela quer perguntar. Entretanto, se você apertar o botão 2 da urna, você não está respondendo a essa questão, mas concordando com o 35o artigo do chamado Estatuto do Desarmamento, que entrou em vigor em dezembro de 2003. E você sabe o que está escrito nesse estatuto? Não? Eu também não sabia. No site do Ministério da Justiça está disponível em PDF o Estatuto para quem quiser ler.

O 35o artigo desse estatuto, prevê o referendo para a confirmação só do artigo, não do estatuto todo. Em outras palavras, fala-se muito em decidir sobre o desarmamento, mas este referendo não vai desarmar ninguém. Toda a questão sobre quem pode ou não estar armado já está decidida nos outros artigos do estatuto. Se um cidadão já tiver uma arma, ela não será tirada dele. Depois de muito analisar conclui que, no fim das contas, caso esse artigo seja confirmado, ele será apenas redundante. Veja bem, o artigo 6o, diz quem pode ou não portar uma arma. Parece óbvio que se uma pessoa não pode portar uma arma, ela também não pode comprá-la, pois não poderia pegar na arma nem levá-la para lugar algum. O 35o artigo diz que não se pode comercializar armas de fogo e munição em todo o território nacional, "salvo para as entidades previstas no art. 6o". Ou seja, está tirando o direito de comprar armas de quem, pela lógica, já não tem esse direito desde 2003.

Alguém já havia explicado isso para você? Para mim, também não, decobri sozinho. E é aí que se apresenta mais uma falha hedionda nessa história toda. Já temos visto na televisão diversas propagandas do Sim, do Não e do TSE. Perde-se tempo e dinheiro mostrando dezenas de artistas globais repetindo um slogan demagogo, sem sequer nos dizer porquê eles querem que eu escolha Sim. A campanha do Não apresenta mais argumentos, mas também não diz o que tem que ser dito. E a campanha do TSE não diz nada (e é essa que gasta mais dinheiro público). O propósito dessas propagandas deveria ser esclarecer a situação para a população. Deveriam mostrar o que é o estatuto e o que querem mudar nele. Se as mudanças são boas ou ruins, é a opinião de cada um. Chegar às conclusões esdrúxulas às quais cheguei no parágrafo anterior, fica por conta de cada um. Não há a mínima necessidade desse bi-partidarismo ou desse jogo de torcida. Ninguém tem que convencer ninguém de nada, deve-se apenas mostrar o que deve ser decidido. Por falta de opção melhor, posso indicar a página especial da Editora Abril sobre o referendo, para você se informar melhor e não perder tempo com propagandas inúteis. (Obs.: o estatudo publicado lá está defasado, leia o que eu indiquei no site do MJ)

Infelizmente, me obrigam a votar e como eu terei que ir lá mesmo, vou aproveitar e dar a minha opinião. E minha opinião, se você ainda não percebeu, é Não, mas depois eu a comentarei aqui. P
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Banda Purano
Banda Purano
A banda Purano, do meu camarada Rodrigo Tardin (guitarra e vocais), vai tocar novamente no Rio & Rock Blues Club, na Barra da Tijuca, nesta quinta-feira. Para quem gosta de um rock `n` roll bem tocado, é imperdível. Para maiores informações, clique no logo aí em cima ou acesse o site do RRBC. O esquema é o mesmo, o ingresso vale no RRBC durante todo o mês. P
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