No último post eu havia dito que votaria 1 (não) nesse referendo e que depois eu explicaria porquê. Vou explicar agora para acabar logo com esse assunto, porque ele é muito
chato. Vou explicar primeiro meus motivos para votar 1 (não) e depois comentarei as campanhas das frente parlamentares.
Eu sou a favor do desarmamento, acho que o mundo
ideal seria um mundo desarmado. Porém, infelizmente,
não moramos em um mundo ideal. Infelizmente, nosso
país está bem longe do ideal. Vende-se muito o peixe do desarmamento, mas o que aconteceria com a aprovação do art. 35
o do Estatuto do Desarmamento não é o desarmamento da população. Pelo menos, não efetivo. Tudo o que vai acontecer, é que vamos perder mais
um direito (como se já não tivéssemos tão poucos), enquanto quem já possui armas, legais ou não, vai continuar possuindo e se atualizando a cada novidade do mercado bélico. Eu não posso
dar essa vantagem competitiva para os bandidos e para os poderes estabelecidos.
Não tenho arma, nem pretendo comprar uma, mas quero continuar tendo esse
direito. Não quero dar a certeza a nenhum ladrão de lares ou a quem quer que seja de que não tenho como me defender. Como já disse, sou a favor do desarmamento, mas primeiro vamos tentar desarmar os bandidos, para depois desarmar
todo o resto da população.
Se hoje muitos leigos buscam armas para se defender é porque eles
têm do que se defender. É porque algo
os ameaça. Não se deve tirar as armas deles, mas sim acabar com a ameaça. A violência está aí invadindo nossos lares e isso é a ameaça que temos que combater
primeiro. Um médico não trata os sintomas de uma doença, mas sim procura conhecer sua causa para combatê-la. Se ele tratasse apenas dos sintomas, a doença permaneceria
consumindo aos poucos o corpo do paciente. Infelizmente, no Brasil, tratam-se sempre os sintomas, nunca as causas das doenças. Foi assim com a história das cotas no vestibular, foi assim durante muito tempo na política econômica do país e querem que seja assim agora com o desarmamento. É muito mais fácil e mais barato desarmar a população do que reestruturar a educação no país e reestruturar a organização urbana das grandes cidades. Infelizmente os resultados também são muito diferentes.
Se você acha perigoso ter uma arma em casa, se você não se sente seguro com uma arma, se você não sabe usar uma arma, abra você mão dela. Você tem esse direito. O que não pode estar certo é você querer
obrigar os outros a fazer o mesmo.