Hoje passei em Niterói e fiquei bestificado com a quantidade de radares de velocidade, os famigerados "pardais", instalados em suas ruas e avenidas. Acho que é a cidade do Brasil que mais tem pardais, a ponto de alguns motoristas brincarem colando adesivos em seus carros com os dizeres: "Visite Niterói e ganhe uma multa." Realmente esse deve ser o
souvenir niteroiense mais fácil de se conseguir.
Essa situação absurda me fez pensar em duas coisas. A primeira é que a chamada "máfia das multas" deve ser muito mais atuante naquela cidade. É verdade que, com o nível de motoristas que temos no Brasil, acaba sendo inevitável esse tipo de medida. Porém, os limites de velocidade em Niterói são fora da realidade. 60 km/h, às vezes 40 km/h, em vias em que se poderia andar a 80 km/h com a maior segurança. Parece realmente um esquema montado para "flagrar" os motoristas menos zen-budistas e os mais desavisados, apenas para gerar receita para o município.
A outra conclusão requer uma análise mais filosófica e profunda. Siga o raciocínio.
- Parece óbvio que dirigir em altas velocidades coloca a vida do motorista em sério risco.
- As estatísticas comprovam (se é que estatísticas comprovam alguma coisa) que com a instalação de radares e com a conseqüente aplicação de multas, a quantidade de acidentes fatais foi reduzida drasticamente.
- Ou seja, os motoristas só tomaram uma atitude quanto ao risco a que expunham suas vidas, depois que começaram a correr o risco de perder dinheiro.
- Conclusão: Os motoristas dão mais valor ao dinheiro que podem perder com multas do que dão à própria vida (e à de seus semelhantes).