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9 de setembro de 2008
O valor do voto no Brasil
Parte 1
O valor do voto no Brasil
Parte 1
No mês que vem, teremos mais uma vez a obrigação de cumprir nosso direito cívico de escolher mais um representante que tomará decisões por nós. Muito se ouve falar sobre a importância desse hábito, sobre o valor dessa nossa atitude. Mas há como quantificar o valor do voto? Em termos numéricos é muito difícil, mas podemos qualificar o valor do voto.

Sob diversos pontos de vista, podemos qualificar o valor de cada voto em termos comparativos subjetivos. Como veremos a seguir, o valor do voto pode variar muito dependendo de quem é você, de onde você mora, de quais são suas expectativas para o futuro...

Em termos estatísticos, por exemplo, em eleições municipais, o valor do voto pode variar muito! O voto de um cidadão de São Paulo (que tem 11 milhões de habitantes) vale muito pouco, já que é necessário muitos deles para formar a maioria no total de votos. Já o voto de um cidadão de Borá (800 habitantes) vale muito. Lá, um voto sozinho já é 0,13 % do eleitorado (enquanto que em São Paulo, 1 voto é igual a 0,000009 %).

do ponto de vista intelectual, podemos dizer que o valor do voto não varia muito apesar das potencialidades. No Brasil, o direito ao voto é "universal" independente de credo, etnia, sexo, classe social, etc. Isso significa que o voto de um PHD em administração pública vale tanto quanto o de um analfabeto. Não importa o quanto você se desenvolva intelectualmente, o seu voto vai sempre valer o mesmo que o de quem não está nem aí para a hora do Brasil.

O valor do voto enquanto instrumento democrático não é lá grande coisa no Brasil. Fala-se muito em voto consciente, mas essa é uma expressão vazia, pois no fim das contas votamos em pessoas que não conhecemos, escolhidas por um pequeno grupo de pessoas que conhecemos menos ainda. Onde entra a consciência nesse enredo? No fim das contas, não é o povo que escolhe seu representante (na medida em que ele não teve a menor participação na escolha das opções que lhe são apresentadas). E isso acaba tendo tendo efeito no valor ideológico do voto. Em última análise, votar em candidatos do PT, do Democratas ou votar nulo tem o mesmo impacto na afirmação da sua ideologia, já que não há nenhuma garantia de que os candidatos eleitos desses partidos tomarão atitudes condizentes com as diretrizes ideológicas desses partidos (conforme temos podido observar muito claramente nos últimos anos).

Mas vamos analisar o valor do voto em termos mais práticos. Na relação custo/benefício, o voto pode valer muito se o cara em quem você votar realmente fizer aquilo que você acredita que ele deveria fazer. O que é perder um horinha de um domingo para ir apertar uns botõezinhos numa máquina diante da satisfação de morar em uma cidade bem cuidada, organizada e agradável? Por outro lado, se o seu candidato eleito ignora suas obrigações, desvia verbas, cria leis que desfavorece o cidadão comum, se deslocar até a zona eleitoral é um tiro no pé!

Por fim, vamos analisar agora o valor do voto numa relação mais direta de lucro. Sim, estou falando do valor econômico do voto, do valor de barganha. O seu voto pode valer muito se você souber negociá-lo. É arriscado, porque é ilegal, mas pelo que se observa por aí, não é muito difícil tirar um bom lucro de um simples voto. Esse aspecto do valor do voto, entretanto, pode variar muito dependendo das condições geográficas. Por exemplo, se você mora no interior no estado do Pará, o seu voto pode valer apenas um saco de feijão ou um par de sapatos, mas se você mora em uma favela do Rio, o seu voto pode valer a sua vida!

Apresentei até aqui o valor do voto do ponto de vista de quem vota. Nos próximos dias, apresentarei um artigo analisando o valor do voto para quem é votado. P

Nota: Meus 6 leitores assíduos devem se lembrar que já escrevi sobre o valor do voto antes, mas decidi fazer uma análise mais ampla e sem relação específica a candidatos.
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