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29 de setembro de 2006
O valor do voto
O valor do voto
Nota (09/09/2008): Leia uma análise mais geral do valor do voto em "O valor do voto no Brasil", em que se considera o voto de uma maneira geral segundo as imposições da lei e das características geográficas e culturais brasileiras.

Li hoje uma propaganda do TSE dizendo: "Votar nulo é deixar que escolham por você." Não há a menor dúvida quanto a isso. Mas tudo é uma questão de ponto de vista. Senão vejamos. Como funcionam as democracias por aí? O povo escolhe pessoas (por diversos sistemas diferentes) que vão tomar decisões por ele. Ou seja, representantes que vão escolher o que deve ser feito para o povo. Ou seja, de novo, pessoas que vão escolher por ele. Então, votar em alguém, em última análise, também é "deixar que escolham por você". Não se convenceu? Então vamos analisar por outra perspectiva. Você quer que o Lula seja reeleito? Imagino que não. Mas aí você pode ponderar de duas formas: "Todos os candidatos são horríveis, vou votar no Cristóvão Buarque, porque é o menos pior para não deixar o Lula se eleger no primeiro turno." ou "Eu não quero outro tucano e os outros são piores ainda, vou votar no Lula mesmo." Qualquer que seja a sua posição nesses casos, indica que você não escolheu o candidato, mas sim alguém escolheu antes de você e lhe deu as opções que melhor convieram. Ou seja, você não escolheu.

Nas eleições desse domingo, é exatamente esse segundo exemplo que acontece. Alguém escolheu uma série de candidatos que não interessam ao povo. Basta uma rápida análise nos principais candidatos a presidência (nem vale a pena citar os candidatos a governador do Rio) para verificar isso.
- Lula: o candidato do povo... do povo que acha que é melhor ser um graduado ignorante do que um técnico culto (sistema de cotas não inclui ninguém socialmente, nem ajuda a engrandecer ninguém - nem a pessoa, nem a nação - pelo menos não enquanto não houver um ensino fundamental e médio decente). Do povo que acha que dar esmolas é desenvolvimento (realmente tem gente precisando, mas, como já disse antes aqui, isso não resolve nada). O candidato do povo que acha que criticar as maiores nações do mundo e se curvar diante de bolivianos e venezuelanos é política externa. Do povo que, como ele, acha que "democracia não é só coisa limpa" (o que, diga-se de passagem, explica o fato de ele não saber de toda essa corrupção a sua volta, ele acha que isso é normal), que democracia é fugir de um debate quando achar que não terá respostas para o que lhe for questionado (negligenciando, no caso do Lula, a responsabilidade de ser presidente). Tem coisas, boas a seu favor também: ele traiu seus ideais em nome de uma política econômica que tem desenvolvido o Brasil (isso, aliás, foi fácil, foi só manter um plano que vem sendo traçado desde a era Collor), mas acho que não é suficiente...
- Cristóvão Buarque: Parece ser a opção menos pior, embora não o conheça (talvez por isso pareça ser o menos pior). Contra ele, tem o fato de ter sido ministro da educação de Lula. A favor, o fato de ter sido destituído do cargo por discordar das políticas populista do dito cujo. Tem um discurso coerente e um programa bom, só não sei se pode realizá-los
- Geraldo Alckmin: Também não o conheço muito. São Paulo está bem desenvolvido, mas já era antes de Alckmin. A segurança lá é pior do que a do Rio (páreo duro, hein?!)... Contra ele pesa o fato de ser tucano, o que acusa seus ideais semelhantes ao de gente como Fernando Henrique Cardoso.
- Heloísa Helena: Coitada, se pudesse fazer tudo que tem vontade seria ótimo (ou não, né? Sei lá o que se passa naquela cabecinha). Foi expulsa do PT, por não concordar em se vender e em proteger os criminosos companheiros do Lula, mas também tem um discurso muito radical. Tomara que se fortaleça para as próximas oportunidades. Pode ser que um dia realize as mudanças prometidas por Lula.

Você deve ter percebido que essas opiniões são um tanto preconceituosas, mas em que poderia me basear. Na propaganda enganosa de cada um deles (tem gente que até editar vídeo de discursos na ONU editou). O povo brasileiro não conhece os candidatos por não ter interesse e por que a mídia brasileira prefere falar de coisas como a transa da Cicarelli na praia e a novela das 8. Depois querem falar em voto consciente. O que é voto consciente? Deve ser não beber antes de ir votar... Não há consciência sem informação.

Quem já estudou um pouco de política deve estar imaginando que defendo a anarquia... Na atual conjuntura, eu não sei o que seria pior. Mas não se trata disso, não sou favorável ao voto nulo, eu só não sou favorável ao voto. P
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