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13 de agosto de 2007
Crise aérea? Não há crise aérea.
Crise aérea? Não há crise aérea.
Hoje se completam 27 dias desde o episódio mais triste da chamada crise aérea. Foi um acidente e já deram um jeito de culpar o piloto. O piloto é culpado por tentar pousar um avião defeituoso, com mais de 170 passageiros em uma pista molhada, escorregadia (por falta de atributos que melhorariam a segurança), mais curta do que o necessário para uma aeronave daquele tipo e enfiada em meios aos edifícios da 3a maior metrópole do mundo. A culpa é do piloto só se for por ter aceitado trabalhar nessas condições. Eu não sei as causas do acidente, o que eu sei é que Congonhas é um aeroporto crítico a espera de que um acidente dessa gravidade acontecesse. No primeiro vacilo, aconteceu.

Mas, de qualquer forma, não quero aqui discutir causas circunstanciais de acidentes aéreos, não entendo nada desse assunto. Não quero discutir as circunstâncias, mas a conjuntura. A conjuntura, os requisitos, que culminou naquelas circunstâncias têm autores. A incompetência das autoridades e dos empresários brasileiros (de qualquer área) já ultrapassou há muito tempo o limite da irresponsabilidade. Agora, depois que 199 pessoas morreram é que se deram conta (pelo menos oficialmente) de que o aeroporto de Congonhas não tem estrutura para todo o movimento que davam a ele. Isso eu percebi na primeira vez que utilizei aquele aeroporto, na última semana antes de deflagrada a tal crise aérea. Eu, mesmo totalmente leigo no assunto, já dava aqui há 8 meses as dicas das decisões que deveriam ter sido tomadas há anos, mas que só agora decidiram tentar por em prática.

A culpa pelo acidente não é do piloto, nem dos controladores de vôo. A culpa é da Aeronáutica, por não dar condições adequadas a seus profissionais. A culpa é da Infraero, por dar prioridades erradas em sua atuação. A culpa é da Anac, por defender interesses de empresas em detrimento do interesse dos cidadãos (a exemplo de outras agencias como Anatel e Aneel e ao contrário do que se espera delas). A culpa é das companhias de viação aérea por cederem à ganância e a investimentos burros de curto prazo (e de risco imprevisível). A culpa é das companhias fabricantes de avião que tem manuais técnicos revisados de acordo com a demanda de cliente, não de acordo com necessidades técnicas.

Não há crise aérea. A chamada crise aérea não é uma crise autônoma que vai se resolver dentro do seu meio. Ela é parte de um problema maior. Como a crise aérea, há a crise da energia, a crise da segurança, a crise da saúde, a crise da educação, etc. Elas são geradas por crises maiores e mais graves: a crise política e a crise administrativa, que são desdobramentos da crise ética que assola o país desde que se devolveu a democracia ao Brasil (se é que o Brasil alguma vez soube o que é democracia). Para resolver essa crise, falta humildade para as autoridades e orgulho para o povo. Falta vergonha na cara de ambos, das autoridades para assumirem suas responsabilidades e do povo para derrubar (pelo meio que for necessário) quem quer que abuse da autoridade concedida por ele próprio. P
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