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9 de abril de 2007
Preconceito e discriminação
Preconceito e discriminação
Há quase duas semanas deu o que falar uma frase da entrevista que o novo Ministro do Trabalho concedeu a Gerson Camarotti para O Globo. Ao ser questionado sobre sua superexposição durante os 2 meses em que o PDT (seu partido) foi sondado para ocupar um ministério, Carlos Lupi respondeu: "Antes de eu ser convidado, investigaram toda a minha vida.(...) Ninguém encontrou nada que agredisse a minha honra. Também não sou corno e, além disso, não tenho paixão por pessoa do mesmo sexo!" Como se ser corno ou homossexual o desqualificasse para um cargo público. É triste saber que um ministro da República faça esse tipo de relação. Mas, mais triste ainda é a titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial, ministra Matilde Ribeiro, achar que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco". Como assim? Branco discriminar negro é abominável, mas negro discriminar branco é natural? Que tipo de "igualdade" essa secretaria pretende promover? Pior que isso é o Vice-Presidente da República, José Alencar, responder com a seguinte pérola: "Temos que eliminar a idéia de que no Brasil haja preconceito. Mesmo que ainda haja." Quer dizer: é melhor ser hipócrita e preconceituoso do que apenas preconceituoso.

Na verdade, o que se faz necessário é as pessoas admitirem certas coisas. A principal é que seja branco, seja negro, seja gay, seja bonito, seja feio, seja rico, seja pobre, todos têm (temos) preconceito em relação a outras pessoas. O "pré-conceito" é uma característica natural do ser humano, sem a qual talvez não fossemos capazes de discutir qualquer assunto (muito menos esse). O preconceito é uma das principais partes daquilo que chamamos inteligência. É a capacidade que temos de criar uma idéia (conceito) daquilo que ainda não conhecemos baseada em quase nenhuma ou mesmo nenhuma informação a seu respeito.

A segunda coisa a se admitir é que a discriminação existe e é necessária. As coisas e as pessoas são diferentes. Eu não sou tão confiante quanto o Lulaque confia piamente em muita gente, nem tão auto-confiante quanto o Jô Soaresque se acha tão inteligente quanto as pessoas dizem que ele é; não sou tão esperto quanto o Bill Gatesque é o cara mais rico do mundo por méritos próprios, nem tão pobre quanto o Biro-Bironão o jogador, mas o mendigo do meu bairro; não sou um infeliz como o Edmundoque além de palmeirense é vascaíno, nem tão feliz quanto o Ramárioé Ramário mesmo, o ébrio do meu bairro. Eu sou único, sou diferente e tenho que ser tratado de forma diferente.

O erro das pessoas acontece quando se perde a mão nesses dois conceitos. Se somos todos diferentes uns dos outros, porque tentar tratarmo-nos como iguais? Há diferenças óbvias e por conta delas tendemos a agrupar os indivíduos com base nas semelhanças óbvias. A partir daí começamos a perder o controle sobre nossos preconceitos, formando idéias sobre indivíduos baseadas em informações sobre o grupo. Realmente há teorias e atividades em que é mais prático encarar as pessoas como gruposnormalmente grupos formados com base em características mais representativas do que simplesmente cor da pele, opção sexual ou opção religiosa, mas no tratamento interpessoal, no tratamento mais direto com os indivíduos não se pode perder nunca a noção de que as pessoas são indivíduos e não grupos. É preciso controlar o preconceito, não confiar nele e adquirir mais informações sobre o indivíduo antes de se formar uma idéia definitivacomo se as coisas pudessem ser definitivas sobre ele. Por mais que fulano pareça com beltrano, eles são diferentes e não respondem exatamente aos estereótipos. Eu costumo dizer que gosto de rock, mas não sou roqueiro e que pratico surfe, mas não sou surfista e isso é a mais pura verdade.

O Fantástico, por acaso, nesse domingo comentou esse assunto de uma forma muito interessante que caiu como uma luva na elucidação desse tema tão controverso. P
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