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30 de julho de 2006
Portador de Cristo
Portador de Cristo
Na última semana terminei de ler Cristóvão Colombo de Júlio Verne (tradução de Roberto Cattani, Landy Editora, 2005). Eu me senti atraído pela idéia de Julio Verne, autor de algumas das mais famosas histórias de aventuras fantásticas, ter escrito uma biografia de Cristóvão Colombo, personalidade cuja própria vida parece uma história fantástica. Mas eu não vou aqui escrever sobre o livro (um ótimo trabalho, por sinal, com relevantes notas do tradutor e ótimos textos introdutórios), mas sim sobre Colombo.

A vida de Colombo é até hoje (e sempre será) um tanto misteriosa. Diz-se que ele era genovês, mas sua língua era uma espécie de portunhol ou catalão. Isso leva a crer que ele era catalão ou português. Mas ao que tudo indica ele era mesmo catalão e só inventou essa história de genovês, porque em suas aventuras pela europa chegou a lutar por Juan II contra Fernando de Aragão e não queria correr riscos ao apresentar seu projeto de chegar ao leste pelo oeste. Mas isso é só mais uma teoria, é outra história (que não é contada no livro) e ainda não é sobre isso que quero escrever aqui.

Colombo não teve uma educação formal, mas sabe-se que ele era muito culto, escrevia em grego e latim e conhecia muitos astrônomos e matemáticos da época. O fato é que, sabe se lá porquê, Cristóvão Colombo tinha plena certeza de que a Terra era redonda e que se navegasse em direção ao oeste acabaria chegando às Índias, que fica à leste da Europa. Não sei se se tratava de certeza ou de uma aposta muito desesperada (ele não tinha uma vida muito boa). Numa época em que a ignorância imperava e era crime pensar diferente da Igreja, Colombo não só desafiou a idéia de que a Terra era plana (e terminava em um abismo), como convenceu um rei católico (o espanhol porque, todos os outros que tentou o rechaçaram prontamente) a patrocinar a sua aventura.

O interessante nessa história toda é que em momento algum Colombo cogitou a possibilidade de haver algo entre a Europa e a Ásia de leste para oeste e de fato, ele morreu achando que havia chegado às Índias. Esse detalhe mostra o quão grande foi sua aventura, comprovando que, embora tivesse a convicção de que a Terra era redonda, ele não fazia a menor idéia de qual seria o comprimento de sua circunferência e de o que poderia encontrar no caminho. A verdadeira prova de que a Terra é redonda só aconteceria 30 anos depois com Fernão de Magalhães e acabou comprovando também que não era uma boa idéia ir para a Ásia rumo a oeste. Ou seja, devido a sua imensa convicção (e a uma pitada de ignorância), Colombo não se deu conta de que fizera uma descoberta muito maior do que achava que tivera feito. Uma descoberta que mudou o mundo (literalmente). Mas é aí que entra a frase mais importante do livro que li (frase essa que está na contra-capa do livro): "Mas não importa, na verdade a glória de Colombo não foi ter chegado, foi ter zarpado."

Imagina a força de espírito de um homem que lutou contra a lógica de sua época, enfrentou tudo em nome de uma idéia. Lançou-se ao desconhecido, correndo riscos que sequer podia imaginar, unicamente porque tinha uma idéia que podia mudar sua vida. Acabou mudando o mundo. P
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