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30 de julho de 2005
Fez diferença?
Fez diferença?
Na edição de ontem, O Globo publicou um encarte especial com algumas das capas históricas dos 80 anos do jornal. É interessante ver as mudanças que (não) ocorreram nessas 8 décadas. O que mais chama atenção é a diferença entre a forma como se escrevia na primeira edição e a forma como se escreve hoje. Como se não bastasse a ortografia da época (com grafias do tipo "theoria', "communistas", "mysterios" e "archivo"), os jornalistas escreviam cheio de floreios. As notícias eram dadas em textos que mais pareciam tirados de romances de José de Alencar. Entretanto, não é só no ramo da lingüística que se faz perceber as diferenças. Na primeira página do dia 29/07/1923, por exemplo, se noticiava o assombroso aumento de quase 370% do número de automóveis no país em 1 ano. O número total foi para... 12.995 automóveis! Atualmente, só São Paulo tem mais de 5 milhões de automóveis (excluindo ônibus e caminhões).

Há, no entanto, muita coisa que não mudou nesses 80 anos. Uma das manchetes daquela primeira página (primeira mesmo!) era: "A cidade esburacada". O artigo contava a história de um gigantesco buraco no Engenho Novo com mais de um ano de idade, que não era tapado pela prefeitura por causa de um jogo de empurra entre a City (acho que era a CET-Rio da época), a Light e a Obras Públicas (sic). O buraco foi então tapado provisória e informalmente pelo Globo. Não é que teve gente querendo destapar o buraco, questionando a legalidade do ato! Atualmente, buracos enormes até que são tapados com rapidez, mas certamente hoje em dia as ruas do Rio devem ser tão esburacadas com pequenos buracos quanto naquela época. A única diferença é naquela época tinha só 12.995 automóveis no Brasil, o resto era cavalo e carroça. Ah! e até hoje os diferentes órgãos públicos que tratam de obras na cidade mantém rixas que só atrasam a vida do cidadão.

A segunda capa destacada foi a que noticiava a inauguração do Christo Redemptor. Entretanto o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de loterias que existia na época. Só anunciadas na capa do Globo eram 7. Por que atualmente os governos federais e estaduais podem explorar a esperança do povo? Se for por problemas com a fiscalização das loterias particulares, já está em tempo de proibir as federais e estaduais (veja por exemplo o que tem acontecido com a Loterj). Depois destacaram a capa que anunciava em letras garrafais: "A guerra acabou!" Era sobre a Segunda Guerra Mundial e a guerra realmente tinha acabado. Hoje em dia, anunciam o fim de uma guerra e mais de um ano depois ela ainda continua firme e forte (Guerra do Iraque) - isso sem falar nas guerras que acontecem sem sequer serem declaradas (Guerra do Rio, por exemplo). Depois o encarte especial passou pela "conquista" da Lua e pela conquista do Tri. Fato interessante: o governo federal decretou ponto facultativo na segunda e na terça-feira após a conquista.

Depois o encarte entra nos anos 80. Aí, nada mais me surpreendeu, pois fui testemunha. Destacam a visita do Papa João Paulo II e o comício das diretas no Rio. Também nessas capas, discussões sobre democracia, tensão no Oriente Médio, crise no sistema de saúde pública. Na década de 90, impeachment do presidente (era o Collor, hoje já cogitam a mesma possibilidade para o seu rival na época, Lula) e milagres de Ayrton Senna. Na capa que fala de Senna, em 1993, me chamou a atenção uma foto de Júnior Baiano comemorando um gol com a camisa do Flamengo, com um texto ao lado que começa assim: "Num jogo de fraco nível técnico, Flamengo e Botafogo empataram..." Também se noticiava ali o lançamento do Pentium (que "equivale a dois 486 funcionando simultaneamente"). Eles fecharam o encarte com a capa da edição especial sobre a conquista do Penta.

Isso tudo aconteceu em 80 anos. Mas parece que foi ontem. Não, parece que ainda é hoje. Fez diferença? Image hosted by Photobucket.com
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