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16 de junho de 2005
RJ / SP - Parte 3 (final)
RJ / SP - Parte 3 (final)
A nossa grama é que não é verde

Na minha primeira visita a São Paulo (capital) no fim de 1999 (para ir a IV Bienal Internacional de Arquitetura), fiquei com péssimas impressões da cidade. Achei tudo muito feio, sujo, pichado. Andei em um ônibus velho que dobrava no meio e recebi informações erradas de um paulista metido a engraçadinho. (na verdade estava com um grupo de mais de 20 cariocas) Passei pela cidade em mais quatro oportunidades fazendo escala (na ida e na volta) para viagens mais longas. Nessas quatro vezes, minha má impressão já foi um pouco abalada, pois em ambas as viagens cheguei a São Paulo em uma rodoviária (Tietê) e saí de lá por outra rodoviária (Barra Funda) sem pôr os pés no chão de São Paulo. Fui de uma para outra de metrô. Achei ótimo. No Rio jamais aconteceria algo assim. Primeiro, porque no Rio só tem uma rodoviária (muito ruim, por sinal). Segundo porque, embora muito útil e utilizado por muita gente, o metrô do Rio é muito limitado e passa em muito poucos bairros da cidade - não passa, por exemplo, nem perto do Santo Cristo, bairro onde fica a rodoviária. A minha última visita à capital paulistana afastou de vez a má impressão. Hoje, cinco anos depois da primeira visita, tenho uma visão diferente. Além disso, andei de carro.

São Paulo está longe de ser uma cidade bonita e agradável, mas eu tenho como referência o Rio de Janeiro. Com um simples mapa, pudemos (eu e meu colega de trabalho – a viagem foi a trabalho) circular por boa parte da cidade sem maiores problemas. Andamos em diversos horários, pegamos trânsitos complicados, mas nunca parados. Enquanto estivemos lá (dois dias) a qualquer hora o trânsito é lento, mas dificilmente parado. O asfalto é liso e é fácil ler os nomes das ruas. As indicações são de fácil leitura e bem posicionadas. É lógico que, às vezes, tivemos alguns contratempos para achar determinado ponto, mas nós simplesmente não conhecíamos o lugar.

A capital fluminense tem um ótimo potencial, já foi capital federal, tem uma natureza deslumbrante e um povo muito descontraído e irreverente (o que ultimamente tem se confundido com desrespeitoso e mal-educado). Porém, infelizmente, a cidade está abandonada. Tudo o que o atual prefeito do Rio, César Maia, fez para cidade em seu primeiro mandato há 10 anos, se perdeu com o tempo diante da inoperância de seu sucessor, nosso querido vice-governador Luiz Paulo Conde, e de sua própria negligência em seu segundo mandato e principalmente no início do terceiro. Obviamente, houve a colaboração dos péssimos governadores que tivemos no estado nesse mesmo período. Atualmente a cidade é caótica. Não há uma rua sem buraco (e os remendos são piores que os buracos). Das poucas esquinas com indicação do nome das ruas, são raras as que se pode ler a tempo de se dobrá-las. Não há opção para os engarrafamentos da hora rush - além de não haver caminhos alternativos (devido principalmente à topografia da cidade), não há transporte público eficiente. Veja bem, não estou generalizando, à exceção de alguns bairros beneficiados com o Rio-Cidade (alguns deles, não todos), esse é o estado da cidade, no subúrbio ou nos bairros nobres. À noite, ruas escuras e policiais corruptos amedrontam o cidadão. Somando a tudo isso, a falta de educação do motorista carioca, incapaz de respeitar um sinal de trânsito (que, diga-se de passagem, estão sempre fechados - não sei quem os programa...), e a máfia das multas, torna-se risco de vida caminhar pelas ruas do Rio.

Pode ser só impressão, mas não tive esse tipo de sensação em São Paulo. São Paulo também é uma cidade violenta, mas eu via policiais a cada esquina e seus uniformes e equipamentos não transmitiam a insegurança transmitida pela polícia fluminense. Fiquei pouco tempo na cidade, apenas dois dias. Não é o suficiente para uma avaliação justa, mas à exceção do ar poluído e do ruído ensurdecedor do trânsito, São Paulo é muito melhor que o Rio, no que diz respeito à esforço humano. Há uma grande diferença entre o bairrismo carioca e o bairrismo paulista. O carioca é preconceituoso, é bairrista para falar que os outros são piores, ignorando seus próprios problemas (normalmente gostam de falar que o Rio é mais bonito, tem natureza e praia - o que já estava aqui antes dos cariocas). O paulista é bairrista, para falar que eles são melhores que os outros e eles trabalham para realmente serem (e poderem falar). Não sou carioca de fato, mas sou na prática e é triste ter que admitir isso. Image hosted by Photobucket.com
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