A grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa A viagem começou pela
Avenida Brasil (BR465), e seguiu pela
BR101, também conhecida como Rio-Santos. Vale ressaltar que em nenhum momento da viagem eu dirigi. Na ida até Taubaté fui
no banco do carona. Saímos do Rio às 8 h da manhã. O plano era fazer duas escalas
turísticas ainda no estado do Rio:
Paraty e
Angra. Assim foi feito, por volta de 11 h estávamos em Angra dos Reis, andando e fotografando como turistas.
Antes disso, porém, já havíamos aproveitado um pouco do que a
mais bonita estrada do país tinha a oferecer: a paisagem da
Mata Atlântica confrontando o mar. Primeira impressão: em toda a extensão percorrida até Angra, a estrada é
mau conservada e o mato que cresce na beira da pista
não é cortado já há um bom tempo
impedindo parcialmente a
visão da bela
paisagem da costa do Rio de Janeiro. O pior é que além da paisagem, as placas de sinalização (que já são poucas) também ficam
encobertas pelo mato. Veja bem, escrevi
mato e não
mata. Aliás, o pior mesmo é que o problema não está apenas
na beira da estrada, mas
dentro também: o asfalto é
ruim e quase
sem pintura. E não me venham com papo de que é porque nessa estrada não tem pedágio, pois
pagamos impostos suficientes para isso...
Em Angra, em pouco tempo, percebemos que não há muito o se
ver lá. Aquela é uma cidade para se passar
temporada, tem que ter tempo (e dinheiro) para ir a praia, passear de saveiro, etc. Passeamos pelo centro histórico de Angra
a pé para ver a cidade de perto. Eles estavam preparando o tapete decorativo para a procissão de
Corpus Christi. Voltamos para
o carro e contornamos a península (e bota contorno nisso) e depois voltamos para a BR101. Da estrada vimos as
usinas nucleares, paramos rapidamente para fotos (éramos turistas, ora) e seguimos. Às 13 h, já estávamos em Paraty. A cidade estava
cheia. De turistas. Paraty é muito mais
interessante de visitar assim,
em um dia. Ver suas ruas antigas de pedras, suas (várias) igrejas, sua
arquitetura. Passamos mais tempo lá. Os
tapetes da procissão em Paraty eram maiores e melhores que o de Angra, e combinavam mais com a paisagem local.
Almoçamos lá. Depois voltamos à estrada. Não há muito o que dizer das cidades em si. É melhor
visitar do que ouvir falar... Além disso, nossa passagem foi
muito curta para que eu pudesse dar dicas de pontos turísticos e estabelecimentos.
Depois de Paraty, a estrada se
afasta um pouco do mar até a divisa com o estado de
São Paulo. É justamente nessa divisa que se avista a maior
surpresa.
Exatamente quando se passa
embaixo da placa (essa que se vê na foto aí em cima) a estrada começa a
melhorar. A primeira melhoria é o
alargamento imediato da rodovia. O asfalto vai melhorando
gradualmente e a sinalização se torna
mais visível. O mais interessante é que a BR101, como todas as BRs, é uma rodovia
federal. Teoricamente não há motivos para que ela receba tratamento diferenciado nos diferentes estados que percorre. Mas o fato é que parece que recebe.
A viagem seguiu até
Ubatuba, onde aconteceu apenas uma parada técnica e pegamos a
BR125. Essa rodovia
dentro do perímetro urbano de Ubatuba é uma das
mais esburacadas pelas quais já passei. Depois melhora um pouco. Aí começa a subida atravessando o
Parque Estadual da Serra do Mar. São 7 km de
subida. Parece pouco, mas nesses 7 km deve-se subir mais de 300 m (não sei ao certo estou chutando). Existem curvas de
180° com inclinação de mais 50%. Naquele trecho de subida
íngreme é quase impossível a manutenção da pista. Quando chega lá no
alto, a estrada parece estrada
de filme americano: asfalto
lisinho, sinalização em perfeito estado, ... Nesse momento já era
noite e tudo o que eu queria era deitar numa cama e dormir. Chegamos ao hotel em
Taubaté por volta das 20 h e ainda saímos para
jantar. Como na cidade
não tinha restaurante, só
pizzaria, comemos uma pizza e só depois pude me encontrar com uma
cama...