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15 de maio de 2005
Liberdade e tecnologia - Parte 2
Liberdade e tecnologia - Parte 2
Distraidamente, eu estava viajando no 284 (Praça Seca - Praça Tiradentes) e li um cartaz colado na janela do ônibus que explicava como recarregar o vale-transporte eletrônico. Lá diziam que a primeira carga aconteceria na primeira vez que o passageiro o utilizasse em qualquer ônibus. Já as recargas se realizarão se o passageiro utilizar o cartão em uma das três empresas mais utilizadas por ele no mês anterior. Para mim, isso só serve para uma coisa: controlar o passageiro.

Controla de duas formas. Primeiro, o prende, de certa forma, a determinadas empresas garantindo que ele pegue sempre ônibus dessas empresas (o que em Jacarepaguá, acontece com ou sem vale eletrônico, já que não tem muita variedade por aqui). Em segundo lugar, controla o trabalhador ou estudante ou quem quer que seja, fazendo com que ele faça sempre o mesmo itinerário. Esse é um caso claro em que a tecnologia nos rouba a liberdade. Com os antiqüíssimos vales de papel, se podia utilizá-los da forma que se quisesse. Quem os recebesse podia dar alguns a familiares, podia fazer o itinerário que quisesse no dia em que quisesse... Com o eletrônico, o trabalhador é forçado a usá-lo apenas no trajeto de ida e volta do trabalho. Ele perdeu os recursos para administrar seus vales. O fato de o empregador dar o dinheiro da passagem para seu empregado, não significa que o empregado deve utilizá-lo necessariamente para esse fim. E o empregador não tem o direito de exigir isso (não enquanto o empregado não faltar o trabalho por falta de dinheiro de passagem).

Esse é apenas um exemplo. O outro exemplo que tenho, mexe na nossa vida de maneira muito mais grave e nem percebemos. Os atuais sistemas informatizados dos bancos, por um lado, facilitam nossa vida com cartão de débito, cartão de crédito et cetera. Por outro lado, permite débitos indevidos, nos obriga a dar satisfação de nossas contas a pessoas que mal conhecemos (os gerentes de banco)... São esses sistemas, e não nós mesmos, que administram nosso dinheiro. Aliás, o conceito dinheiro já mudou há muito tempo. Antigamente, o meu trabalho seria trocado por algo palpável: cédulas, moedas e/ou cheques. Hoje, o dinheiro vem em forma de impulsos eletro-magnéticos, que, como palavras, voam ao vento. Ele só existe na tela de um computador. Antigamente, eu podia segurar meu dinheiro, hoje só posso olhar para ele. Isso se não cismarem de trocar os numerozinhos da tela do computador. Antigamente, para provar que tinha dinheiro, bastava abrir a mão, hoje tenho que torcer para que nada tenha sido debitado de minha conta sem eu ver, tenho que discutir com gerente do banco e eu tenho que entrar na justiça para provar que não gastei o dinheiro que eu achava que tinha. Essa tecnologia me ajudou? Ajudou quem controla a tecnologia.

Conclusão (já era tempo), o desenvolvimento da tecnologia em seu curso normal ajuda no desenvolvimento da liberdade. Entretanto, a tecnologia é suscetível a abusos e falhas de quem a desenvolve ou de quem a patrocina e a controla. A tecnologia costuma desfavorecer quem a desconhece e liberta quem tem, de alguma forma, acesso ao seu desenvolvimento. Em outras palavras, estude. Esteja no controle da tecnologia para se prevenir do abuso (conscinete ou não) de pessoas mal intencionadas ou mal informadas. E nunca, de jeito nenhum, confie na perfeição da tecnologia. Até porque assim você a ajuda, pois seu desenvolvimento se baseia justamente em questionamento. Image hosted by Photobucket.com
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